segunda-feira, 27 de abril de 2009

Me deixa ser tua mulher

Em teus olhos vejo a luz do teu sorriso
Ouço o sopro da tua voz
Sinto o toque macio de tuas mãos
Desvendo-te a alma de menina voraz
Elucidando-te ao avesso do que és
Como quem te compõe inteira...

Eles são a união perfeita dos teus sentidos
O azul celeste da aurora boreal
Que insiste em plainar em teu corpo delgado
Riscando tua pele de desejo

Quero desvendar o escuro que não te descreve
E que tanto me fascina
Decifrar o silêncio por trás da sombra
Deste outono profundo
Que entre folhas secas espalhadas em teu chão
Fizeste brotar estrelas e flores
Em meu jardim de um infinito de cores

Meu mundo borbulha de ti
E num efervescente sentir
Me espalho toda em você

Na tênue melodia dos teus versos
Canto o amor que me habita
E que me faz renascer mais uma vez
De leve. Mansa
Na certeza da saudade
Que me invade nesta distância

Posso sentir tua presença mesmo ao longe
No vazio de mim
Pulsando incessante em meu peito
Recoberto dos teus tons e nuances
Tão únicas e breves
No estalar do amanhecer

No vão de tuas entrelinhas cálidas
E tuas curvas mais perfeitas
É que refaço-me toda
E de novo ponho-me
A apreciá-la em constante despertar
Teu sono inquieto invade meus sonhos
E te mostra pra mim tão singular

És menina em transmutação
E em tanto furor e esplendor
De tão cobiçada juventude
Reparto meu sentir maduro
E te faço uma proposta:
_ Vem dividir comigo tamanha emoção
Transborda-me com tua essência
E deixa que eu te invada inteira
Sem exceção. Sem limite algum
Sem pecado sequer
Te peço: _ Deixa eu ser tua mulher...
(Adriane Muilaert)