quinta-feira, 19 de março de 2009

Desejo de mulher!

A noite cai sorrateira, indelével...
E meus pensamentos perdem-se em teu corpo
Uma lembrança do teu colo de mulher,
Exposto ali, para o toque trêmulo de minhas mãos.
Dedilho com cautela tua pele macia,
Aventurando-me a tocar-te, de leve, os seios...
Eles arrepiam-se e entumescem como dois morangos,
Ávidos para serem sugados por minha língua profana.
Sonho-te em vida e depois também...
Permito-me te falar versos de amor e paixão,
Enquanto a ponta dos meus dedos descem até o teu ventre,
Acobreado de pelos loiros, macios de uma pele de seda.
Por ali fico horas, acariciando-te e beijando tuas carnes.
Desço ainda mais pelas tuas pernas firmes,
E aperto com ardor tuas coxas viris...
Teus pés remetem-me a massagear teu ego.
Que infla de um desejo calado no silêncio da madrugada.
Viro-te então ao avesso,
E docemente percorro teus vastos caminhos,
Teus braços em sintonia com tuas mãos,
Afagam minha pegada levemente firme e jocosa.
Ainda de bruços, percorro a densidade de tuas costas,
Até alcançar tuas nádegas.
Arranho-te gentilmente a pele crua de toque,
E mais uma vez, faço morada em tuas coxas,
Que de tão lisas, são como acácias a serem cuidadas por mim.
Enquanto permaneces de costas, meu corpo se cola ao seu,
Uma mistura de peles desejosas e jubilosas,
Que se entranham, formando-se uma apenas.
O toque dos meus seios, nus, em tuas costas em brasa,
Acende ainda mais a tua vontade de ser minha mulher!
É quando me roço inteira em tua pele,
Ali exposta só para mim.
Uma simbiose de carnes, juntam-se ao martírio do prazer...
Que não chega ao fim,
Apenas aumenta a minha vontade de fazer-te minha.
Agarro teus cabelos como quem doma um animal selvagem,
E você geme de prazer...
Meu sexo quente, colado em tuas nádegas macias e densas,
Fazem-me lembrar que és a minha ninfa do prazer.
Viro-te ainda, para beijar-te descontroladamente,
Os lábios carnudos...
A boca seca de tanto desejo e uma língua que me roça descontrolada.
Tesão, teu sexo agora no meu, a descobrirem-se plácidos,
E as pernas entrelaçam-se de um fogo incontrolável...
Beijo você inteira, da pontinha dos teus pés aos teus cabelos dourados.
E minhas mãos dedilham teus raros pelos e pele tão cordeal...
Teu ventre ali exposto, nu, querendo o meu toque perfeito.
Até descer em teu sexo e acariciar o teu gozo.
E então, sugo-te desesperadamente,
Com minha língua ávida pelo teu prazer.
Massageio você docemente, e penetro teu vazio solitário.
Você grita, sussurra palavras em meus ouvidos,
Querendo-me mais e mais...
Quanta beleza num só momento!
Minha linda encantadora de sonhos...
(Adriane Muilaert)

quarta-feira, 18 de março de 2009

Ao amor!

Você que chegou de mansinho, sem alarde
E aos poucos foi tomando conta do meu universo
Vazia de mim eu me encontrava
E agora, preencho-me com a tua mais densa essência
Uma louca vastidão dos meus pensamentos
Voltados a ti, dia e noite, minuto a minuto
Toma conta das entrelinhas do meu ser
Quem é você, mulher mistério?
Que com sua calma mais abstrata, tomou-me os versos
Acorrentando-me certeira no doce olhar que pronuncias...
Vagamente, em displicência total e completa
Uma mistura de flor e mel
Que escorre manso por tuas veias mais salientes
Plácido porvir de esperanças que me sacode peito adentro
Deixando-me pluralmente entregue aos teus encantos
Mulher das estrelas, anjo que acelera meu coração
Ninfa dos meus desejos mais secretos
Pura, envolvente, minha encantadora de sonhos...
Que surgiu encantada, como música afinada
Aos meus ouvidos sãos de alegria por ti, mulher!
Teus lábios tenros e macios, me dão a sensação de paraíso
Tua pele, cálida e serena me desvenda versos nunca ditos
Prosa em cada entrelinha do teu ser encantado
És paraíso em minha terra, mar que deságua em meu rio
Rocha que desliza suave mata adentro
Formando cachoeiras dos teus cabelos dourados
Loira em pelos, ar que respira sopros de ventanias
O que te desvendas para mim, ainda hei de descobrir
E quando isso se fizer acontecer,
Estarei absorta em teus desejos, sendo-te tua
Nua, desprovida de razão que me impeça de voar ao teu encontro
E contigo ficar pelo infinito de nossas vidas...
(Adriane Muilaert)

Prelúdio

Vai ao longe, difuso
O pesar que faz do meu peito, chama
Tento não mais alcançar
A dor que ora se perde vaga de mim
Ela ainda me causa alarde
Por saber que de ti ainda não tenho
A segurança que tanto necessito
Uma certeza apenas, meu amor!
É disso que preciso...
Prova-me o teu amor enclausurado
Sussurra para o mundo ouvir que me precisa
E que sou tua, e que és minha também!
Não quero a solidãob acompanhada
Quero ao teu lado sonhar acordada
E ser beijada no silêncio
De quem nos observa
Não fujas mais desse amor
Declara sem pudores os versos que sentes latente
E se outros hão de se dissecar
Que não seja o nosso amor a se quebrar
Pela tristeza alheia
Ele (o nosso amor) é tudo que temos
E nossa felicidade depende disso
Maturidade...
Preocupemo-nos fundamentalmente
E primordialmente com nosso bem-estar
Porque dele depende todo nosso futuro
Assuma-me!
Não mais ao avesso, mas de frente
Certa de tudo que significamos
Uma para a outra
Assuma-me com a coragem e verdade
Que há em nós!
Com o amor que nos habita...
(Adriane Muilaert)

terça-feira, 17 de março de 2009

...

Tenho a exata sensação de não estar bem.
É como se eu me sentisse fora de mim mesma.
Uma sensação de vazio que me enlouquece a alma.
Às vezes me perco sem encontrar o caminho de volta de mim.
E é nessas horas que tenho a certeza da morte.
Ela vem mansa e sorrateira, sem pretenção de ser e estar.
Mas a vida sempre me fala mais alto.
E então esbravejo toda minha dor.
Como num corte profundo, sem fim... cicatrizes de mim.
Marcas deixadas ao vento e sopradas de leve sobre a minha pele densa.
Tão machucada estou.
É dilacerante esse caminho sem ninho e sem morada.
É demasiadamente escuro e vazio.
Onde ecos perfazem meu medo e pavor.
Me falta coragem.
Me falta até mesmo palavras que não me adoeçam.
Estou só.
Somente com a companhia de minha sombra.
E ela se faz vultuosa.
Me falha, às vezes, vê-la descontente.
É o meu reflexo.
O que posso fazer?
Nada.
Senão aceitar suas cores opacas por trás de mim.
E se vão na frente, o caminho é sinistro.
Porque nada há que me surpreenda.
Há a razão inconcebível do fim cinzento e desgastante da vida.
Morte e vida: elos que me atraem a escolhas tardias.
Já não mais opto, apenas sou.
Deveras o que nunca senti em minha essência.
Tão carente e a procura de uma partida
Que justifique, um dia, minha chegada aqui.
(Adriane Muilaert)

segunda-feira, 16 de março de 2009

...

Mesmo não a tendo
Como um dia sonhei,
Ainda assim, amo-te
Com a força de quem
Amou pela primeira vez.
Foste tu o meu primeiro amor.
(Adriane Muilaert)