domingo, 14 de junho de 2009

Bela...

Hoje eu acordei me revirando toda.
Hoje senti vontade de escrever você em mim
De um jeito qualquer que seja, não importa.
Gravar tuas impressões em meu corpo
Fazendo das tuas carnes, meu abrigo
Inventar histórias contigo
E num tilintar de sensações
Provar do teu beijo
Colar em tua pele
Arrepiar teus pelos.
Teus olhos são de um encanto profundo
Pude ver-te através deles
Ao desfilar teus segredos mais ocultos.
Você suscitou-me um desejo guardado
Tu que veio mansa
E invadiu serena os pensamentos meus
Me olhou firme como quem desnuda a alma
Para em seguida esquivar-se de mim
Deixaste-me enlouquecida
Com esse jeito híbrido teu.
Tua pele tão alva
Teu sorriso displicente
Imaginei-te nua
Por debaixo daquele vestido verde
Mas não era a mim que desejavas
Perdida então fiquei
Para só depois achar-te em meus sonhos
Tão bela, tão fascinante
A ponto de sucumbir minha razão.
Deixa-me provar do teu gosto
E expulsa-me, se quiseres,
De tua vida
Deixa-me conhecer tua essência
Desabotoar tuas vestes
Penetrar teu coração
Quero me afogar de carícias em ti
Morrer em silêncio em teu gozo
Pousar na vastidão do teu corpo
Entrelaçar minhas mãos nos recônditos
De cada canto incauto teu.
Sinto uma fome insana de você.
Desejo afagar com meus lábios
A canção que brota da tua boca.
Desenhar-te inteira em meus devaneios
Perfazendo tua sombra, de cores.
Mulher que me deixou sem abrigo
Pois que meu peito arfa acelerado por ti.
Perdi o ar, os sentidos
Fiquei agora vazia de mim...
(Adriane Muilaert)

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Desatino de um sonho meu

Sonhei envolver teu corpo num abraço longo
E com o dedilhar de minhas mãos
Acompanhar tuas curvas latentes
Como se fossem minhas
Pois que me pertencias, tu somente.
Sonhei com o teu beijo colado ao meu
E numa troca de sensações
Nos fazermos únicas
Enquanto o mundo fora de nós
Pulsa depressa demais.
Sonhei com tuas pernas, colo, ventre
Tuas carnes pungentes
Desejando um toque meu
E no suplício da saudade
Quis mais que mero prazer
Quis tocar-te a alma
Ainda carente do meu ser.
Sonhei com teus seios rijos
Rosados _ colados em meus lábios
Sedentos de ti
Alimentando meus sentidos
Sede implícita na saliva doce
Como o mel que te trouxe
Aos braços meus.
Sonhei com teu sexo no cio
Teu gozo a escorrer manso
Em lençóis brancos
De casta pureza
Dos olhos teus.
E o meu respirar faminto
De te engolir inteira
Bocas, lábios e línguas
Entrelaçadas
Mergulhadas na divina certeza
De te sentir minha.
E tu deitada de bruços
Levemente arqueada
Numa súplica rasgada
De possuir-te as entranhas
Com precisão tamanha
Que profiras palavras sem pudor algum
Deixando-me absorta
Entre gemidos e ranger de dentes teus.
É quando tremes e salivas
Teus músculos enrigecidos
Pela força que por dentro
Faço revirar-te toda
E te remexo com tal furor
Que amoleces o corpo
Na pele arrepia-se inteira
E displicente, me chamas para junto a ti
Efervescer meus poros
Suados, junto aos teus.
Sagrada comunhão a nós concedida
Em desatino de um sonho meu...
(Adriane Muilaert)

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Me deixa ser tua mulher

Em teus olhos vejo a luz do teu sorriso
Ouço o sopro da tua voz
Sinto o toque macio de tuas mãos
Desvendo-te a alma de menina voraz
Elucidando-te ao avesso do que és
Como quem te compõe inteira...

Eles são a união perfeita dos teus sentidos
O azul celeste da aurora boreal
Que insiste em plainar em teu corpo delgado
Riscando tua pele de desejo

Quero desvendar o escuro que não te descreve
E que tanto me fascina
Decifrar o silêncio por trás da sombra
Deste outono profundo
Que entre folhas secas espalhadas em teu chão
Fizeste brotar estrelas e flores
Em meu jardim de um infinito de cores

Meu mundo borbulha de ti
E num efervescente sentir
Me espalho toda em você

Na tênue melodia dos teus versos
Canto o amor que me habita
E que me faz renascer mais uma vez
De leve. Mansa
Na certeza da saudade
Que me invade nesta distância

Posso sentir tua presença mesmo ao longe
No vazio de mim
Pulsando incessante em meu peito
Recoberto dos teus tons e nuances
Tão únicas e breves
No estalar do amanhecer

No vão de tuas entrelinhas cálidas
E tuas curvas mais perfeitas
É que refaço-me toda
E de novo ponho-me
A apreciá-la em constante despertar
Teu sono inquieto invade meus sonhos
E te mostra pra mim tão singular

És menina em transmutação
E em tanto furor e esplendor
De tão cobiçada juventude
Reparto meu sentir maduro
E te faço uma proposta:
_ Vem dividir comigo tamanha emoção
Transborda-me com tua essência
E deixa que eu te invada inteira
Sem exceção. Sem limite algum
Sem pecado sequer
Te peço: _ Deixa eu ser tua mulher...
(Adriane Muilaert)

quinta-feira, 19 de março de 2009

Desejo de mulher!

A noite cai sorrateira, indelével...
E meus pensamentos perdem-se em teu corpo
Uma lembrança do teu colo de mulher,
Exposto ali, para o toque trêmulo de minhas mãos.
Dedilho com cautela tua pele macia,
Aventurando-me a tocar-te, de leve, os seios...
Eles arrepiam-se e entumescem como dois morangos,
Ávidos para serem sugados por minha língua profana.
Sonho-te em vida e depois também...
Permito-me te falar versos de amor e paixão,
Enquanto a ponta dos meus dedos descem até o teu ventre,
Acobreado de pelos loiros, macios de uma pele de seda.
Por ali fico horas, acariciando-te e beijando tuas carnes.
Desço ainda mais pelas tuas pernas firmes,
E aperto com ardor tuas coxas viris...
Teus pés remetem-me a massagear teu ego.
Que infla de um desejo calado no silêncio da madrugada.
Viro-te então ao avesso,
E docemente percorro teus vastos caminhos,
Teus braços em sintonia com tuas mãos,
Afagam minha pegada levemente firme e jocosa.
Ainda de bruços, percorro a densidade de tuas costas,
Até alcançar tuas nádegas.
Arranho-te gentilmente a pele crua de toque,
E mais uma vez, faço morada em tuas coxas,
Que de tão lisas, são como acácias a serem cuidadas por mim.
Enquanto permaneces de costas, meu corpo se cola ao seu,
Uma mistura de peles desejosas e jubilosas,
Que se entranham, formando-se uma apenas.
O toque dos meus seios, nus, em tuas costas em brasa,
Acende ainda mais a tua vontade de ser minha mulher!
É quando me roço inteira em tua pele,
Ali exposta só para mim.
Uma simbiose de carnes, juntam-se ao martírio do prazer...
Que não chega ao fim,
Apenas aumenta a minha vontade de fazer-te minha.
Agarro teus cabelos como quem doma um animal selvagem,
E você geme de prazer...
Meu sexo quente, colado em tuas nádegas macias e densas,
Fazem-me lembrar que és a minha ninfa do prazer.
Viro-te ainda, para beijar-te descontroladamente,
Os lábios carnudos...
A boca seca de tanto desejo e uma língua que me roça descontrolada.
Tesão, teu sexo agora no meu, a descobrirem-se plácidos,
E as pernas entrelaçam-se de um fogo incontrolável...
Beijo você inteira, da pontinha dos teus pés aos teus cabelos dourados.
E minhas mãos dedilham teus raros pelos e pele tão cordeal...
Teu ventre ali exposto, nu, querendo o meu toque perfeito.
Até descer em teu sexo e acariciar o teu gozo.
E então, sugo-te desesperadamente,
Com minha língua ávida pelo teu prazer.
Massageio você docemente, e penetro teu vazio solitário.
Você grita, sussurra palavras em meus ouvidos,
Querendo-me mais e mais...
Quanta beleza num só momento!
Minha linda encantadora de sonhos...
(Adriane Muilaert)

quarta-feira, 18 de março de 2009

Ao amor!

Você que chegou de mansinho, sem alarde
E aos poucos foi tomando conta do meu universo
Vazia de mim eu me encontrava
E agora, preencho-me com a tua mais densa essência
Uma louca vastidão dos meus pensamentos
Voltados a ti, dia e noite, minuto a minuto
Toma conta das entrelinhas do meu ser
Quem é você, mulher mistério?
Que com sua calma mais abstrata, tomou-me os versos
Acorrentando-me certeira no doce olhar que pronuncias...
Vagamente, em displicência total e completa
Uma mistura de flor e mel
Que escorre manso por tuas veias mais salientes
Plácido porvir de esperanças que me sacode peito adentro
Deixando-me pluralmente entregue aos teus encantos
Mulher das estrelas, anjo que acelera meu coração
Ninfa dos meus desejos mais secretos
Pura, envolvente, minha encantadora de sonhos...
Que surgiu encantada, como música afinada
Aos meus ouvidos sãos de alegria por ti, mulher!
Teus lábios tenros e macios, me dão a sensação de paraíso
Tua pele, cálida e serena me desvenda versos nunca ditos
Prosa em cada entrelinha do teu ser encantado
És paraíso em minha terra, mar que deságua em meu rio
Rocha que desliza suave mata adentro
Formando cachoeiras dos teus cabelos dourados
Loira em pelos, ar que respira sopros de ventanias
O que te desvendas para mim, ainda hei de descobrir
E quando isso se fizer acontecer,
Estarei absorta em teus desejos, sendo-te tua
Nua, desprovida de razão que me impeça de voar ao teu encontro
E contigo ficar pelo infinito de nossas vidas...
(Adriane Muilaert)

Prelúdio

Vai ao longe, difuso
O pesar que faz do meu peito, chama
Tento não mais alcançar
A dor que ora se perde vaga de mim
Ela ainda me causa alarde
Por saber que de ti ainda não tenho
A segurança que tanto necessito
Uma certeza apenas, meu amor!
É disso que preciso...
Prova-me o teu amor enclausurado
Sussurra para o mundo ouvir que me precisa
E que sou tua, e que és minha também!
Não quero a solidãob acompanhada
Quero ao teu lado sonhar acordada
E ser beijada no silêncio
De quem nos observa
Não fujas mais desse amor
Declara sem pudores os versos que sentes latente
E se outros hão de se dissecar
Que não seja o nosso amor a se quebrar
Pela tristeza alheia
Ele (o nosso amor) é tudo que temos
E nossa felicidade depende disso
Maturidade...
Preocupemo-nos fundamentalmente
E primordialmente com nosso bem-estar
Porque dele depende todo nosso futuro
Assuma-me!
Não mais ao avesso, mas de frente
Certa de tudo que significamos
Uma para a outra
Assuma-me com a coragem e verdade
Que há em nós!
Com o amor que nos habita...
(Adriane Muilaert)

terça-feira, 17 de março de 2009

...

Tenho a exata sensação de não estar bem.
É como se eu me sentisse fora de mim mesma.
Uma sensação de vazio que me enlouquece a alma.
Às vezes me perco sem encontrar o caminho de volta de mim.
E é nessas horas que tenho a certeza da morte.
Ela vem mansa e sorrateira, sem pretenção de ser e estar.
Mas a vida sempre me fala mais alto.
E então esbravejo toda minha dor.
Como num corte profundo, sem fim... cicatrizes de mim.
Marcas deixadas ao vento e sopradas de leve sobre a minha pele densa.
Tão machucada estou.
É dilacerante esse caminho sem ninho e sem morada.
É demasiadamente escuro e vazio.
Onde ecos perfazem meu medo e pavor.
Me falta coragem.
Me falta até mesmo palavras que não me adoeçam.
Estou só.
Somente com a companhia de minha sombra.
E ela se faz vultuosa.
Me falha, às vezes, vê-la descontente.
É o meu reflexo.
O que posso fazer?
Nada.
Senão aceitar suas cores opacas por trás de mim.
E se vão na frente, o caminho é sinistro.
Porque nada há que me surpreenda.
Há a razão inconcebível do fim cinzento e desgastante da vida.
Morte e vida: elos que me atraem a escolhas tardias.
Já não mais opto, apenas sou.
Deveras o que nunca senti em minha essência.
Tão carente e a procura de uma partida
Que justifique, um dia, minha chegada aqui.
(Adriane Muilaert)

segunda-feira, 16 de março de 2009

...

Mesmo não a tendo
Como um dia sonhei,
Ainda assim, amo-te
Com a força de quem
Amou pela primeira vez.
Foste tu o meu primeiro amor.
(Adriane Muilaert)

domingo, 4 de janeiro de 2009

Amor perdido

Do que fomos um dia, eu ainda me pergunto, o que restou de nós?
Ser-te-ei sempre fiel; aos nossos princípios farei voz
E sempre amarei a linda essência que vem de você...
Àquela que dediquei minha vida, pelos anos subtraídos de ti
Peço-te perdão por todas as vezes que abdiquei desse amor
De fases e incompreensões gravadas em nosso passado.
Pois que sempre importou-se em viver de tal passado
É que por isso mesmo perdemos o tom do presente
Antes fôssemos a inexatidão do futuro; meu encantado amor...
Assim quem sabe ainda restaria um som capaz de pronunciar-me a ti
E desnuda de mim, eu teria me feito ouvir por esses anos afora
E com isso, não me perdido em tanto despropósito do que fui um dia.
Sinto uma tristeza me invadir peito a dentro
Por não me achar mais em você, como insistes em que eu saiba
Devia eu ter sido tua poeta
E cantado em versos e trovas meu amor por você
Mas calei-me na hora errada; e nem sequer fui capaz de me ouvir
Por isso mesmo, te perdi.
O erro foi todo meu, assumo minhas falhas
Talvez em não tê-la compreendido da forma que merecias
Mulher em complexa ebulição.
E mais uma vez peço, _ perdoa-me! E não olha para trás
Deixa que os erros fiquem perdidos por lá
E vaguem no infinito de nós
Assim teremos sempre uma história para contar
E algo de bonito para ser lembrado todos os dias de nossas vidas.
Sempre vou amar o doce gosto que foi ter amado você...
(Adriane Muilaert)

sábado, 3 de janeiro de 2009

Simplesmente você...

Você chegou de mansinho, sem eu perceber
E aportou sedenta em meu íntimo querer
Meu coração que andava apagado
Saltitou de alegria com a tua chegada
De uma beleza rara e genuína
Tu te tornas placidamente minha redenção
Mulher de infindos encantos
Maestria que me ilumina... e alucina!
Anjo de raro valor
Que me causas tamanho ardor!
Teu corpo mais parece talhado a mão
Uma obra-de-arte de inesgotável leveza
Estimada nos primórdios de tua doce beleza
Uma profusão de cores, tons e sabores
Em tua pele não te abandona
Num brilho intenso que vem de dentro
De tu'alma cercada de poesia
Nua.
A umidecer-me os lábios sedentos de ti.
Tão lúcida agora estou
Ao te sentir pulsar em mim
Fogosa dama de loiros versos
Com olhos que seduzem sem fim
E um vasto sorriso que me emudece
De tanto sentir-me completa em ti.
Tu me tomas inteira e sem defesa estou
Quero me perder em tuas curvas
Me aquecer em tua pele
Ser-te carícias; moça tão desejada
Deixa que eu te ache em mim
E que ao te encontrar duas vezes
Haja explicação para te sentir assim
Tão intensa...
Envolta em mistério e sedução
Sublime emoção de simplesmente ser você!
(Adriane Muilaert)