sábado, 6 de dezembro de 2008

Desejo

Hoje eu sinto de desejo me perder em você.
Em cada curva abstrata do teu corpo,
Quero me deixar marcada.
Em fogo e brasa.
No teu aroma, quero encontrar minha essênia.
Em tua boca, desejo fazer morada.
Pele macia em contato íntimo
Com minhas mais densas entranhas.
E em teus olhos inquietos, a fitar-me displicente,
Como regra desprovida de certezas,
Eu te quero em mim.
Dentro, por dentro, unidas...
Eu que sou dúbia,
Duas vezes mim,
Errante,
Um ponto de interrogação,
Sem respostas ponderáveis.
Em meio a tantas palavras soltas e desalinhadas;
A cada botão de rosa que se abre,
No obscuro jardim de minha'lma.
Reviro-te em mim,
Como em slide preto e branco.
Que se transforma em pura cor, cristalina.
Porque somente em ti,
Encontro minha essência de fêmea
E juventude de mulher madura.
Manto escondido do que sou
No ciclo pungente da vida.
(Adriane Muilaert)

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