quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Refazendo-me

Penso agora em teus olhos
E vejo tudo o que eles dizem
No vão de tuas entrelinhas
Uma alegria escondida
Corre branda em você
Nem mesmo sabes
O que encobres incessante
Cândida doçura que é só tua
Revela-te assim
Pérola dos sonhos
Magia dos anjos
Incólume pensar...

Música que ecoa faminta
Sobrevoa estridente
Ante os sons daqueles versos
És como sinfonia
Tocando formosa
O compasso das emoções
Pousas em escala crescente
Nas vestes do meu coração
Vertiginosa e sublime
Num ritmo longo e cadente
Somente teu
Alvura das cores
Arco-íris das flores
Mel de sabores...

Poesia das sombras
Colhida ainda semente
No mesmo jardim
Em que floresceste - pura
Teu sorriso nasceu ali
Naquele instante
Em que te conheci
Tal como as acácias
Que vislumbram
A natureza do belo
Teus gestos contém
A essência de um beija-flor
Que vem sorrateiro
E rodeia com leveza
O néctar que segregas doce
Efervescente sentir
Translúcido porvir
Luzir de esperanças...

Quero te ver magestosa
Quero-te assim gloriosa
Num céu tão próximo
Plantado com tuas estrelas
Um oceano inteiro
Formado por tuas águas...

E assim vou decorando
Teu caminho
Sem rimas
Apenas sentindo
Descobrindo-te
Refazendo-me...
(Adriane Muilaert)

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